Título: O Estrangeiro
Autor: Albert Camus
Edição: ..ª
Páginas: ...
Editor: Livros do Brasil
ISBN: ...
CDU: 821.133.131"19".3-1"19"
Autor: Albert Camus
Edição: ..ª
Páginas: ...
Editor: Livros do Brasil
ISBN: ...
CDU: 821.133.131"19".3-1"19"
Sinopse: O Estrangeiro,
primeiro livro de Albert Camus ficou como a sua obra de referência e um dos
livros marcantes para refletir sobre a sociedade contemporânea e em particular
a do século XX. Publicado no tempo da 2ª guerra mundial daria a possibilidade
de acesso ao Nobel da Literatura em 1957 a Albert Camus. Partindo do
falecimento da mãe, situação que sempre na vida nos acaba por acontecer é
gerada uma narrativa que levará a personagem a contar-nos um conjunto de
acontecimentos que o conduzirão a um processo de enfrentar a lei e a
justiça.
Narrado na primeira
pessoa, vemos uma personagem de nome Meursault a contar a sua vida que se
defronta com uma realidade sem sentido. A ideia de uma existência humana
conduzida pelo absurdo, marcado pela ausência de uma demonstração afetiva de
preocupação pelos outros conduziu a uma aproximação de Camus a Sartre. Todavia
importa reconhecer que Camus não seguia as ideias do Existencialismo, mas
procurava pensar o absurdo em que as vidas humanas se organizavam.
Colocado perante as
questões do julgamento, Meursault não procura interpretar os seus atos, mas
falar apenas o que pensa sem se preocupar com o resultado dessas afirmações. Os
seus diálogos com o padre para uma procura de sentido moral são recusados e
tudo configura um não sentido da existência humana. Sem valores de
referência Meursault dá-nos uma imagem de um niilista que é absorvido pela
existência com profunda indiferença. A indiferença de Mersualt é a denúncia de
quem não aceita os valores morais de uma sociedade. É no fim o abandono a que
cada ser humano acaba por sentir perante regras morais que não compreendem essa
verdade interior de cada um.
Mersault é o
protagonista, mas nós não sabemos se ele se afirma como um herói ou um
anti-herói. As suas palavras não se albergam na razão ou num sentimento, apenas
um sentido niilista de valor passivo. Na ausência de uma explicação existe
apenas a descrição do que se vive, um desespero que procura encontrar uma
verdade. E é essa procura pelo leitor, cujo significado não encontra que torna
o livro tão fascinante. Numa paisagem quente, abrasiva de luz queremos
compreender um estrangeiro e não conseguimos, queremos datar um processo de
análise e não é possível, como não o é possível esquecê-lo. O Estrangeiro é nas
suas muitas configurações, cada um de nós em trânsito num tempo absurdo de
significado.
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