quarta-feira, 24 de junho de 2020

Minutos de leitura (XLV)

Monta-te na BICICLETA (ou no Skate ou na Trotineta…)
"Sempre que andas de carro, o escape deixa um rasto invisível de gases causadores do efeito de estufa e outras coisas desagradáveis.
Isto inclui gases tóxicos, como o monóxido de carbono e também partículas minúsculas e gotículas de centenas de químicos diferentes. Algumas destas partículas são tão pequenas que seria possível alinhar 10 lado a lado num único cabelo humano (se tivéssemos uma pinça minúscula). É impossível não respirarmos estas partículas e, com o tempo, acabam por se alojar nos pulmões e provocam danos graves na nossa saúde. Quem corre o maior risco são as crianças, porque os seus pulmões ainda estão a crescer.
Este tipo de poluição atmosférica é um problema tão grave que, em alguns sítios, deixar o motor ligado quando um veículo está parado é contra a lei. Experiências realizadas demonstraram que ficar dentro do carro não ajuda. Na verdade, o ar no banco traseiro de um carro está 12 vezes mais poluído do que o ar no exterior. Isto acontece porque o sistema de ventilação do carro suga os gases da rua e prede-os no seu interior.
Uma solução é andar menos de carro e mais a pé ou de bicicleta. Começa por manter um diário de cada viagem de carro que fazes numa semana, incluindo boleias dadas por outras pessoas. Qual é que poderias ter feito com duas rodas (ou dois pés!) se tivesses saído de casa um bocado mais cedo? Troca pelo menos uma viagem de carro por uma viagem de bicicleta ou por uma caminhada a pé na semana seguinte e assim farás a diferença.
! Apesar de 42% dos habitantes do Reino Unido terem uma bicicleta, dois terços pedalam menos de uma vez por ano ou nunca o fazem. Em média, uma criança britânica faz apenas 13 passeios de bicicleta por ano.
VAMOS PEDALAR
Mantém-te em segurança.
Pede a alguém para verificar se a tua bicicleta cumpre os requisitos necessários para circular na estrada.
Usa sempre roupa refletora e um capacete quando andares de bicicleta.
Atravessa a rua com cuidado.
Usa luzes depois de anoitecer."
in 50 ideias para te livrares do plástico / Isabel Thomas
Inagem: Copyright - Verden Bikes

terça-feira, 23 de junho de 2020

Minutos de leitura (XLIV)

Pensa com um PÁSSARO
Para onde foram os insetos todos? Não és o único a fazer esta pergunta. Os pássaros alimentam-se de insetos rastejantes a cada refeição.
Antigamente, sempre que se fazia uma viagem longa de carro, o limpa-para-brisas ficava coberto de insetos que voavam no sítio errado à hora errada. Os carros modernos costumam ficar mais limpos, o que é bom para o responsável pela limpeza do carro, mas péssimo para o planeta.
Um estudo aprofundado demonstrou que o número de insetos existente na Europa está a diminuir rapidamente. Em 1989, 17291 moscas-das-flores foram apanhadas nas armadilhas colocadas numa única reserva natural alemã. Em 2014, as mesmas armadilhas capturaram apenas 2737 moscas. A redução de habitats, as alterações introduzidas no cultivo das terras e os químicos despejados nos campos agrícolas são parcialmente responsáveis por isto. E não é apenas prejudicial para os insetos. Muitos outros animais, sobretudo as aves, alimentam-se de insetos rastejantes.
Podes dar uma ajuda aos pássaros se pendurares um comedouro para aves no teu jardim. E sabes que mais? É fácil construir um comedouro reutilizando o lixo, outra forma de ajudar o planeta!
Se quiseres fazer o teu próprio comedouro para pássaros, apresentamos-te duas sugestões. Pede ajuda a um adulto para te ajudar:
1ª sugestão:
1. Faz quatro buracos numa garrafa de plástico, limpa e vazia.
2. Atravessa uma colher de pau velha em cada par de buracos.
3. Alarga um pouco os buracos junto à ponta de cada colher de pau.
4. Enche a garrafa com alpista e volta a colocar a tampa.
5. Pendura-a no ramo de uma árvore.
 
2ª sugestão
1. Faz um buraco grande na parte lateral de um garrafão de plástico vazio e limpo.
2. Abre um buraco pequeno por baixo do buraco maior para introduzires um pequeno pau ou um lápis.
3. Enche o fundo com alpista e põe a tampa. Pendura-o no ramo de uma árvore.
in 50 ideias para te livrares do plástico / Isabel Thomas

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Minutos de leitura (XLIII)

Abraça uma Árvore
"Para se conseguir um impacto ecológico imediato não há nada melhor do que plantar uma árvore. E se não podes plantar uma árvore, adota uma!
As árvores são as maiores plantas do planeta e são fundamentais para manter a vida tal como a conhecemos. No processo da fotossíntese (quando criam alimento para si mesmas usando a energia da luz solar), as plantas absorvem o dióxido de carbono, um gás causador de efeito estufa, retendo-o nos seus troncos, ramos, raízes e folhas. O único produto desperdiçado é o oxigénio, o gás que mantém vivas todas as outras criaturas. Fantástico, não é?!
As copas das árvores também melhoram a qualidade do ar de outras formas, por exemplo, concentrando pó e poluentes perigosos que posteriormente são lavados pela chuva. Protegem os habitats para milhões de outras criaturas vivas.
Durante centenas de milhares de anos, as árvores forneceram os materiais para construir os abrigos e as ferramentas dos seres humanos, e também para atear fogueiras. Para fazer os medicamentos, instrumentos e mobiliário. Para fazer papel, borracha e cortiça. Servem como um bom esconderijo para quem for perseguido por hienas. Há um limite para o que as árvores conseguem fazer? Não, A ciência demonstrou que basta olharmos para as árvores para nos sentirmos menos stressados! A não ser, claro, quando estamos MESMO a ser perseguidos por hienas.
Escolhe uma árvore que esteja no teu jardim ou suficientemente perto da tua casa para a poderes visitar semanalmente e adota-a. Depois… olha com atenção. Observa as mudanças que ela vai sofrendo ao longo do ano. Repara nas criaturas que lá vivem (um único carvalho pode alojar 500 espécies diferentes!). Portanto, tu não adotaste apenas uma planta mas sim um ECOSSISTEMA inteiro!
10 Maneiras de demonstrares à tua ÁRVORE que a AMAS:
1. Abraça-a
2. Trepa-a (se for seguro e apropriado, e pede sempre a supervisão de um adulto).
3. Mede-a. A algumas centenas de metros de distância, estende o braço para parecer que prendes a árvore com o polegar na base do tronco e o indicador no alto da copa. Vira cuidadosamente a mão, mantendo os dedos sempre à mesma distância, até o indicador ficar alinhado com o chão (e com o polegar ainda na base do tronco). Memoriza o sítio assinalado pelo indicador e mede a distância real entre esse sítio e o tronco para descobrires a altura da tua árvore.
4. Identifica-a. Usa informações, como a forma e o tamanho das folhas, e compara-as com as imagens contidas num livro.
5. Preserva-a. Coloca uma folha de papel encima de algumas folhas de árvores e risca-a com um lápis para registares a textura destas, ou coleciona folhas de árvores guardando-as bem comprimidas entre páginas de jornal e cartolina.
6. Emoldura-a. Tira uma fotografia à árvore todas as semanas do mesmo ângulo. Também podes decidir manter-te no mundo digital. Transforma as fotografias num vídeo time-lapse que mostre as alterações que a árvore vai sofrendo ao longo do ano.
7. Transforma-a em arte. Cria arte natural usando materiais provenientes da tua árvore, como folhas caídas, agulhas, ramos, sementes ou pinhas.
8. Usa-a para fazer ciência. Procura habitats microscópicos e descobre o que lá se esconde. Concentra-te nas fissuras da casca, nos buracos entre as raízes, na parte inferior das folhas e dentro de qualquer protuberância com um aspeto desagradável conhecida como bugalho!
9. Faz um clone. Corta ramos da tua árvore (se tiveres autorização do seu proprietário) e transforma-os em presentes.
10. Planta-a. Para ganhares mais pontos de ecologia extra, planta uma árvore só tua."

in 50 ideias para te livrares do plástico / Isabel Thomas
 Imagem: Copyright: Frepick

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Minutos de leitura (XLII)

O Algodão não se desperdiça
Entre equipamentos desportivos, recordações de viagem, a tua farda da escola e toda a tua roupa, deves ter com certeza algumas t-shirts de algodão penduradas no teu armário.
Não as ignores… Destroem o planeta aos poucos.
"O algodão vem de plantas e, por isso, deve ser mais amigo do ambiente do que os tecidos sintéticos, certo? Não necessariamente. A manutenção de uma plantação de algodão está entre as mais caras do mundo. São precisos 2700 litros de água para fabricar uma única t-shirt de algodão. E esta quantidade de água potável é suficiente para manter uma pessoa viva durante quase 2,5 ANOS. A produção de algodão também usa mais pesticidas do que qualquer outra cultura. Um barril de químicos é vertido na terra para que apenas uma pessoa possa vestir uma t-shirt com um slogan.
E o algodão não deixa de ter sede depois de estar no teu armário. As calças de ganga são usadas em média duas ou três vezes antes de serem lavadas. Assim sendo, são necessários 750 litros de água para lavar um único par de calças de ganga durante toda a sua vida útil.
Também temos de deixar de considerar o algodão como algo descartável. Desde equipas desportivas em que já não jogas àquela mancha que não sai ou à t-shirt tingida à mão que não vestirias em público mesmo que te obrigassem… de certeza que terás pelo menos uma peça de roupa em algodão que já não usas e que podes doar ou levar para uma festa/feira de troca de roupa. Encontra outra forma de impedir que esse algodão se desperdice.
Experimenta estas ideias.
Contagem decrescente para dar uma vida mais longa ao algodão.
5. Reduz o impacto do algodão em casa usando t-shirts e calças de ganga só mais uma vez antes de as atirares para o cesto da roupa suja (desde que não estejam completamente cobertas de lama!). Assim poderão durar mais tempo.
4. Evita centrifugar e passar a ferro roupa de algodão para reduzir a sua pegada ecológica.
3. O algodão das camisolas não desfia. Se uma t-shirt já não serve ou se te fartaste dela, tenta fazer um novo decote ou cortar as mangas. E olha só! Uma t-shirt nova!
2. Corta algodão velho em tiras longas, entrança-as e obterás uma nova fita para o cabelo, um cinto ou um brinquedo para um animal de estimação.
1. Procura informação para aprenderes a fazer pompons e usa tiras de algodão em vez de lã. Só precisas de uma tesoura, restos de cartão e de saber dar nós. Une os pompons para fazeres grinaldas, decora uma almofada velha com eles ou usa-os até para substituir esponjas…
! Há 3,6 MIL MILHÕES de peças de roupa que não são usadas nos armários do Reino Unido. São 57 PEÇAS POR ARMÁRIO. Um exagero! Enquanto isso, são produzidas anualmente 29 milhões de toneladas de algodão novo. É o equivalente a 29 T-SHIRTS por CADA HABITANTE do Planeta.
JÁ OLHASTE BEM PARA O TEU ARMÁRIO! OLHA E PENSA!"

“Reutilizar o algodão“, in 50 ideias para te livrares do plástico / Isabel Thomas
Imagem: Copyright: Portal eCycle

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Minutos de leitura (XLI)

"A, magnólia, és tão teimosa....

Porque insistes em despir-te
Neste inverno friorento
Só para te mostrares formosa?

Ah, magnólia, meu amor...

Quantas vezes já te disse
Que primeiro vem a folha
E só depois nasce a flor?

Ah, magnólia, que vaidade...

Mas que importância isso tem
Se todos os anos és tu
Quem dá cor a esta cidade?"


 


"Doces e formosas,
Talvez por serem da família das rosas
Recolho-as sempre no regaço."




 


"Às primeiras horas a nespereira
sobe pelo tronco da manhã
até chegar ao alto onde canta
a inquieta luz dos pássaros."



"Magnólia" e "Amora", in As quatro estações / Manuela Leitão; il.Catarina Correia Marques. Lisboa: Máquina de voar., 2017
"A nespereira", in Guardador de árvores / João Pedro Mésseder, il. Horácio Tomé Marques. Porto: Trampolim, 2009
 Imagem: Copyright - Elizabeth Becke e Pinterest (sem fonte atribuída).

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Minutos de leitura (XL)

Leva Um Saco a Passear
"Quando é que um saco de plástico não é um ecovilão? Quando muda de fação e ajuda a erradicar o lixo da face da Terra!
O lixo é prejudicial para a vida selvagem. Tem um aspeto nojento e transforma rapidamente paisagens bonitas em zonas não recomendáveis, o que encoraja as pessoas a deixarem ainda mais lixo nesses locais.
As principais coisas que os poluidores deitam fora são invólucros de guloseimas, latas, garrafas, tampas e embalagens de fast food. Obviamente, uma das formas mais fáceis de ajudares é não seres também tu um poluidor. Mas podes ter um impacto ainda maior se ajudares a limpar o lixo que 62% da população (são quase duas em cada três pessoas!) admite deitar fora em locais públicos.
Obrigado
Remover o lixo da natureza é muito mais divertido do que arrumar o teu quarto! Podes vestir uma roupa fixe, usar uma tenaz própria para apanhar lixo ou até associar a limpeza a uma caça ao tesouro. Por isso, a próxima vez que um saco de plástico for parar a tua casa, leva-o a passear. Pode ser um passeio no parque, uma caminhada pela floresta ou apenas dar um saltinho a um terreno perto da tua casa.
E estabelece um objetivo: encher o saco com lixo. Cada pedaço de lixo que apanhares poderá impedir um pássaro de asfixiar com um balão, um musaranho de sufocar com um saco de plástico ou um ouriço-cacheiro de ficar com a cabeça entalada num frasco. Esse tipo de limpeza pode salvar vidas!
! Todos os dias, mais de 2 milhões de detritos são atirados para o chão no Reino Unido. Isto é ainda mais chocante quando pensamos que deitar lixo para o chão em locais públicos é crime e pode ser punido com uma multa…ou pior.
Contagem decrescente para uma guerra ao lixo.
5. Leva dois sacos, se possível, para poderes separar o lixo reciclável do não reciclável.
4. Dobra cabides de arame velhos em forma de losango e usa-os para manteres os sacos abertos.
3. Mantém-te atento a iniciativas de recolha de lixo em grupo nas quais possas participar, como por exemplo o evento Lixo Zero nas praias. É divertido partilhar esforços!
2. Recicla o máximo de lixo que conseguires (se fores separando o lixo é MUITO mais fácil).
1. Mantém-te em segurança – lê as dicas que se encontram a seguir.
Mantém-te em segurança
Nunca apanhes lixo sozinho. Vai sempre acompanhado de pelo menos um adulto (também dão jeito para transportar o lixo!). Usa roupa que ofereça proteção e de cores vivas, e luvas rijas (as luvas de jardinagem são ótimas para isto). Nunca apanhes vidro partido. Avisa a polícia se encontrares despejos de resíduos ilegais ou seringas e não recolhas mais lixo nessa área. Escolhe um sítio seguro e evita as estradas, porque não vais poder prestar atenção ao trânsito ao mesmo tempo. Depois lava muito bem as mãos com sabonete e água, mesmo que tenhas usado luvas."

“A guerra ao lixo“, in 50 ideias para te livrares do plástico / Isabel Thomas
Imagem: Copyright: begreen

terça-feira, 16 de junho de 2020

Biblio@rs (XVIII-XV)

 
A Civilização Grega - o belo como representação (IV)
Nas suas mãos a voz do mar dormia
Nos seus cabelos o vento se esculpia
A luz rolava entre os seus braços frios
E nos seus olhos cegos e vazios
Boaiava o rasto branco dos navios. (1)
"Quem é belo é querido, quem não é belo não é querido". (2)
Expressão de Hesíodo nas bodas de Cadmo e Harmonia em Tebas e subscritas por Eurípedes. 
A civilização grega até Péricles não tinha construído ainda uma estética que formulasse uma ideia sistematizada de Beleza. Existem diferentes ideias sobre a Beleza.
 O oráculo de Delfos à mesma pergunta respondia: "O justo é o mais belo". A Beleza está pois associada a outros valores. Não ficou paralisado Menelau na derrota de Tróia pelo belo seio de Helena? 
A Beleza desenvolver-se-á na Grécia Clássica como os elementos perceptíveis dos sentidos, mas também a revelação de qualidades de carácter. A Beleza entre os Gregos desenvolveu-se de modo diferente consoante falamos dos hinos escritos, das lendas reveladas, da poesia ou da escultura.
(1) - "A Estátua" in No tempo dividido / Sophia de Mello Breyner Andresen. Lisboa: Caminho. 
(2) - Expressão de Hesíodo nas bodas de Cadmo e Harmonia em Tebas e subscritas por Eurípedes. 
Imagem: Fídias, Métopa do Pártenon, 447-432 a.C. Londres, Museu Britânico 

Minutos de leitura (XXXIX)

"Quando ela come cerejas,
Daquelas gordas, vermelhas,
Põe sempre quatro ou cinco,
Como se fossem um brinco,
A enfeitar as orelhas!

(Eu sei, eu sei... A minha mãe,
às vezes, parece uma criança!)





Vê como o Ginkgo biloba se abana
Com as suas folhas em leque,
Antes mesmo de florir...

Será apenas por vaidade
Ou será porque a temperatura
Já começou a subir?




Figo roxo, figo preto,
Figo preto, figo lampo,
Meu gifo pingo de mel,
Figo do meu encanto.

Conta-me de onde nasces tu,
De que paixão, de que amores,
De que mistérios da terra,
Se a tua mãe, a figueira,
Diz o povo, não dá flores.

- As flores que a minha mãe dá,
Guardo-as eu dentro de mim,
E sempre que tu me provas
Eu ofereço-te a doçura
De um perfumado jardim."

"Cerejas", Ginkgo biloba", "Figos", in As quatro estações do ano / Manuela Leitão, il. Catarina Correia Marques. Lisboa: Máquina de voar. 
Imagem: Copyright - Nur Eser; The incredible Seed Company; Art Finder

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Biblio@rs (XVIII-XIV)


A Civilização Grega - o belo como representação (III)
Kouré é a designação para pequenas estatuetas que pertenceram ao período arcaico da Civilização Grega, o que antecedeu o período clássico. As estátuas de Korés adotam uma atitude convencional. Elas apresentam a oferenda de um fruto, de uma taça ou de um pássaro. Mas cada escultura se revela individualizada pelo estilo do artista e pelo momento da sua criação no decorrer da evolução da escultura arcaica.  
A estatuária da Koré tem um aspeto majestoso, revelando robustez. As Koré designavam jovens mulheres e tinham sempre na representação uma oferenda que podia ser uma ave, ou um pássaro que se encontrava posicionado perto do peito. Existe uma rigidez plástica e uma revelação do tipo de vestuário usado. 
As Korés eram estatuetas oferecidas durante o período arcaico à deusa Atena e encontraram-se diversas na Acrópole de Atenas. Em algumas Korés da fase arcaica encontraram-se algumas representações que levaram alguns arqueólogos a pensar tratar-se já de uma imagem de deusas, com destaque para as que se relacionavam com a natureza, como Artémis deusa da caça. As Korés são uma das primeiras formas para observar a representação humana e a ideia de beleza que a Civilização Grega foi construindo, embora ela tenha mudado significativamente no período clássico.

Minutos de leitura (XXXVIII)

"Esta já foi a minha casa:
sentaram-se à minha sombra,
beijaram-se à minha sombra
e até tatuaram o meu corpo
com nomes, datas, corações.
Outros leram-me, sorriram
e alguns se acercaram do meu tronco
para ouvir a euforia dos pardais.
Agora a névoa arde, como arde,
nos meus ramos despidos, sufocados.
Agora sou uma estátua provisória
atacada por um mal que não conheço
nesta praça envolta em fumo e em ruído,
e o ar doente da cidade
pesa como chumbo sobre mim.
Arrancaram e levaram (para onde?)
os meus velhos companheiros de infortúnio;
como eles sou madeira sem valia,
apenas uma sombra dispensável - 
e as aves, como folhas no Outono,
desertaram para sempre dos meus ramos.


"Lamento do último plátano de uma velha praça do Porto", in Guardador de árvores. Porto: Trampolim, 2009.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Biblio@rs (XVIII-XIII)

A Civilização Grega - o belo como representação (II)

Adónis e Afrodite (na civilização romana Vénus) identificam uma das formas de observar a representação do belo. Afrodite era a deusa do amor. A mitologia fenícia e grega atribuíam a Adónis as qualidades da beleza masculina e que se relacionou no próprio mito com os espaços temporais ligados à natureza. 
Adónis teria nascido da casca de uma árvore, devido à ira de Théias, rei da Síria. Afrodite maravilhou-se com a beleza do jovem e decidiu protegê-lo. Apaixonaram-se quando Adónis já tinha crescido, o que levou à fúria do Deus Ares. Adónis passou para o submundo, onde governava Hades e Perséfone. 
Afodite decidiu então instituir uma celebração anual para lembrar a tragédia e a sua perda. Estas celebrações anuais ocorriam em cidades da Grécia e da Pérsia, desde o século V a.C., durante os quais as mulheres plantavam sementes de várias plantas em pequenos recipientes, chamados jardins de Adónis. 
Este mito de Adónis relacionou-se com os ritos que simbolizavam a morte das plantas e a sua germinação que simbolizava a vida. O mito de Adónis e de Vénus preenche de forma continuada a representação da arte no Ocidente e dessa representação se constrói um histórico da beleza. Falaremos aqui um pouco dessa evolução da ideia de beleza enquanto idealização e representação do belo, no contexto da arte da Civilização Grega.

Minutos de leitura (XXXVII)

Celebrar o Planeta!
"São completamente desnecessárias e destroem a vida marinha. Chegou a hora de declarar guerra às palhinhas!
Em média, uma pessoa gasta 38 mil palhinhas em 60 anos. 
Cada uma é usada durante breves minutos antes de ser deitada no lixo e, como todo o lixo plástico, as palhinhas costumam ir parar ao oceano, onde demorarão mais de 200 ANOS a decompor-se.
A verdade é que as palhinhas são um dos objetos encontrados com mais frequência com campanhas de limpeza de praias – e este é o cenário mais otimista. Foram encontradas palhinhas de plástico nas narinas de tartarugas-marinhas e no estômago de pinguins.
Já estás a ver o filme… As palhinhas são uma treta.
90% das aves marinhas mundiais têm plástico no estômago.
Alguns países e cidades já proibiram as palhinhas de plástico e mais surgirão o seu exemplo. Estas podem ser substituídas por alternativas mais ecológicas, incluindo palhinhas feitas de palha! Mas esta ideia não é nova. No passado, as primeiras palhinhas eram feitas com os caules ocos das plantas!
Foram substituídas por papel encerado para se tornarem impermeáveis e, finalmente, pelo plástico. Várias empresas voltaram a introduzir as palhinhas biodegradáveis e compostáveis, mas estas precisam ser fabricadas e transportadas até às lojas e habitações, gastando recursos pelo caminho. 
 O melhor será dizer definitivamente NÃO às palhinhas."

in 50 ideias para te livrares do plástico / Isabel Thomas

terça-feira, 9 de junho de 2020

Biblio@rs (XVIII-XII)

 
A Civilização Grega - o belo como representação (I)
Hoje e há algumas décadas deixámos de lhe dar atenção. Mas a sua representação foi durante séculos uma forma de aprimoramento por uma ideia que tivesse na sociedade tanta substância como a verdade ou a justiça. Durante muito tempo a sua representação edificou valores, pensamentos, formas de estudo, técnicas artísticas e formas de ver o nosso lugar na vida e no Universo. Falamos do belo e da sua representação.
Mais do que as estátuas, os templos, ou as cidades foi esse ideal que criou uma possibilidade daquelas serem criadas e tornou possível a sua própria materialidade. Esse ideal de belo é uma imensa dádiva da Civilização Grega para muitos séculos que se seguiram e permitiu renovações do pensamento, da cultura, da dimensão humana em diferentes sociedades. Os gregos deixaram a sua voz no futuro, mesmo naquele que nós já não viveremos; deixaram a sua inspiração para o possível de novas ideias.
Antes de falar do belo como representação importa colocar uma questão prévia. Quando pensamos em belo vem-nos à mente tudo o que envolve a vida humana. E há nela uma ideia relativa da sociedade e da cultura. O que hoje achamos belo amanhã muda de sentido, pois os códigos de beleza alteram-se. E, no entanto ao olharmos para a Vénus de Milo, ou o Discóbolo de Mirone, expressões da arte grega encontramos ali uma representação de algo que achamos bonito, algo como uma representação substantiva de belo. 
 Às vezes olhamos, gostamos e não compreendemos. Não percebemos, mas achamos bonito. Em muitas circunstâncias o belo talvez seja não só o que ultrapassa a compreensão, ou que está para além dela, mas que é um encontro com algo de maravilhoso e que se possivelmente se mantenha na incompreensão. Visitar um templo, ou ver um quadro, ou admirar uma paisagem provoca-nos sentidos diferentes, mas achamos tais observações belas. E, todavia compreendemos a sua funcionalidade?
Desde os Gregos que a ideia de belo evoluiu. A sabedoria foi a primeira forma de belo, foi nas palavras dos poetas que ela primeiro se definiu, com o que conhecemos da obra de Homero e Hesíodo. O belo relaciona-se com essa dimensão essencial de todos, a vida ainda. Como a podemos alimentar? Com que palavras? Com que sabedoria habitaremos a vida e a sua essência, o seu coração?
Parece pois essencial ter algum pensamento, descobrir nela uma sabedoria para a construir, para a edificar. Os gregos tinham uma ideia para isso e vale a pena conhecê-la no que será a última abordagem nestas últimas duas semanas, sobre essa construção inteligível da vida, a que o belo e a sua representação se encontram associados.
Imagem: Friso do Pártenon

Minutos de leitura (XXXVI)

Celebrar o Planeta
"Cada festa de anos é uma celebração de mais uma viagem que fizeste à volta do Sol…Por isso, porque não organizar uma festa para cuidar do planeta que te deu uma boleia?
As festas são fantásticas, mas para o planeta não são um motivo para celebrar. As festas de anos só acontecem uma vez por ano e, por isso, a maior parte dos produtos usados são descartáveis. Papel de embrulho, postais, decorações, pretos e guardanapos de papel, copos e talheres de plástico destinam-se a ser usados durante algumas horas e deitadas para o lixo. Mas não tem de ser assim.
Contagem decrescente para uma festa amiga do ambiente
5. Envia os teus convites e agradecimentos por email.
4. Faz as tuas próprias bandeirolas colando triângulos de papel de embrulho usado, páginas de banda desenhada ou sobras de tecido e um pedaço de cordel ou ráfia.
3. Serve comida e bebidas em pratos, copos e talheres laváveis. Podes comprar um serviço completo em segunda mão por um valor inferior ao dos produtos descartáveis! Guarda-o numa caixa especial entre uma festa e outra e empresta-o também aos teus amigos e família.
2. Nada de guardanapos! Em vez disso, disponibiliza uma bacia com água e sabonete, e uma toalha. Espalha pequenos contentores de compostagem e reciclagem para teres a certeza de que o lixo vai parar ao sítio certo.
1. Em vez de encheres sacos brindes em plástico com brinquedos de plástico para oferecer, propõe aos teus convidados que façam uma prenda para levarem para casa. Que tal decorarem um vaso de barro para plantas, criarem um pouco de slime recorrendo a experiências científicas, ou fazerem os vossos próprios cupcakes.
Ao Americanos estão entre os maiores fãs de facas, garfos e colheres de plástico, usando cerca de 40 mil milhões por ano. A França já aprovou uma lei que proíbe a utilização única de copos, talheres e pratos de plástico descartáveis. A partir de 2020, só serão permitidos materiais compostáveis."
Imagem: Copyright Grannies Gardens

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Dia mundial dos oceanos

Transforma garrafas em Bumerangues
Se ainda não ouviste dizer que as garrafas em plástico são muito prejudiciais, vives num planeta diferente…um planeta que não é asfixiado por uma gigantesca ilha de lixo à deriva.
Mais de 480 mil milhões de garrafas de plástico são vendidas por ano em todo o mundo, aumentando um problema que já é tão grande como o planeta. Se as puséssemos de pé umas atrás das outras, estas garrafas dariam 1870 voltas ao mundo…e é quase exatamente isso que está a acontecer. Todos os anos, milhões de toneladas de plástico vão parar aos oceanos, onde se juntam em gigantescas ilhas de lixo à deriva.
A maior vantagem do plástico, ser quase indestrutível, é também o seu maior problema. Enquanto o papel ou o cartão se desfazem em semanas, as garrafas de plástico demoram 450 a decompor-se. E, mesmo assim, o plástico não se decompõe completamente, apenas se desfaz em pedaços cada vez mais pequenos. As Nações Unidas advertiram que estes pedaços minúsculos, denominados «microplásticos», causam danos irreparáveis nas criaturas que vivem nos mares e oceanos.
No minuto que demoraste a ler até aqui, 1Milhão de garrafas de plástico foram compradas, iniciando uma viagem que termina demasiadas vezes no estômago do zooplâncton, peixes, crias de albatroz, baleias e focas.
Se tiveres a arfar no campo depois de praticar desporto, a suar no baile da escola ou a chorar lágrimas de tédio durante uma aula de gramática, precisas de beber líquidos ao longo do dia para repores a água que o corpo usou. Mas esta não tem de provir de uma garrafa de plástico descartável. Afinal, o PET (plástico mais usado na maioria das garrafas de refrigerante e de água) só foi inventado nos anos 1970, e pelo menos 100mil milhões de pessoas não morreram de desidratação antes disso! O plástico é um mau hábito e cabe-nos a todos eliminá-lo.
Então o que podes fazer?
Aqui ficam algumas ideias.
Investe numa garrafa que seja fácil de lavar e reutilizar. Escreve nela o teu nome para que volte para ti, como um bumerangue!
Enche-a antes de saíres de casa e, enquanto estiveres fora, procura bebedouros ou pergunta num café ou restaurante se podes enchê-la. E se encheres a tua garrafa de água num café enquanto os adultos à tua volta seguram copos de café descartáveis, lança-lhes o teu olhar de censura mais intenso.
2,5 Mil Milhões de copos de café são usados e deitados para o lixo por ano no Reino Unido.
Se te derem uma garrafa de plástico descartável não é o fim do mundo (ainda não, por enquanto) – reutiliza-a o máximo de vezes que conseguires antes de a colocares num contentor de reciclagem. Mantem-te também atento a programas de devolução de depósito – em alguns sítios até é possível ganhar dinheiro com a entrega de garrafas usadas para reciclar.
Desde a invenção do plástico no início do século XX, foram produzidas cerca de 8,3 mil milhões de toneladas de plástico…e cerca de 6,3 mil milhões de toneladas foram deitadas para o lixo. Apenas 9% deste plástico foi reciclado. O resto está em aterros ou noutros locais de meio ambiente, ignoradas enquanto se decompõem lentamente. Se não quisermos um planeta de plástico, temos de agir agora.
Em 2050, o plástico existente em todos os OCEANOS pesará mais do que todos os peixes.
Inagem: Copyright - 80 garrafas de iogurte/ 80 yogurt bottles, 06/01/2019, Praia da Gralha, São Martinho do Porto (via)

Minutos de leitura (XXXV)

A guerra Dos balões
"Como já deves ter reparado, é comum fazerem-se largadas de balões para assinalar datas comemorativas ou até para chamar a atenção para um problema, o que até demonstra boas intenções. Mas tendemos a esquecer-nos de que os balões acabam por descer dos céus e, mesmo que a largada não tenha sido feita junto ao mar, os balões podem ser arrastados pelo vento e cair nos oceanos.
 Por exemplo, em 2007, os franceses da região da Normandia ficaram surpreendidos por ver chegar às suas praias balões lançados na Holanda por ocasião da festa do Dia da Rainha (uma festa muito popular na Holanda). Estes balões tinham viajado 800 km...
São conhecidas as consequências dos balões para muitas espécies. Há aves que ingerem pedaços de balões ou que ficam enroladas à volta dos fios e morrem (sufocadas ou de fome) por ficarem imobilizadas.
 Para além disso, têm sido cada vez mais frequentes largadas de balões com pequenas lâmpadas LED no seu interior que emitem luz. Claro que é um espetáculo bonito, mas imagina quando as pilhas dos LESD's (e as substâncias que contêm) caírem ao mar...

O que fazer?
À parte os balões usados pelos meteorologistas, os balões não são essenciais à nossa vida. O meslhor mesmo é prescindir deles ou então recolhê-los depois da sua utilização e colcá-los no lixo (mas a primeira hipóteses é sempre preferível). 
É importante pensares que os balões biodegradáveis (de borracha natural) não resolvem este problema, pois podem persistir três a quatro anos no ambiente e acabam por também por provocar danos.

Plasticus Maritimus / Ana Pêgo; il. Bernardo Carvalho & Isabel Milhós Martins. Carcavelos: Planeta Tangerina, 2019.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Minutos de leitura (XXXIV)

"Queres saber porque é que a casa de banho é um campo de batalha de Eco guerreiros?
Uma das principais formas de reduzir o volume de gases causadores do efeito de estufa emitidos para a atmosfera pelas nossas casas é reduzir a quantidade de água que aquecemos em casa. No japão, por exemplo, o fornecimento e aquecimento de água doméstica é responsável por 5% do total de emissões de dióxido de carbono, e 60% disto decorre do aquecimento de água para banhos. Eliminar apenas um único banho por semana pode fazer uma GRANDE diferença. Troca-o por um duche para não ficares demasiado malcheiroso.
Se já preferes tomar duche, não te ponhas com esse ar tão convencido. Um chuveiro com jato forte gasta 17 litros de água por minuto, o que significa que um duche de oito minutos pode, em média, gastar quase o dobro da energia e da água de um banho de imersão!
Para que os duches sejam mais ecológicos, não demores mais de cinco minutos a tomar banho. Usa um relógio à prova de água ou um temporizador a pilhas (não te esqueças de que não deve haver tomadas elétricas na casa de banho). Encoraja a tua família a participar também no desafio dos duches de cinco minutos e assim poderás poupar milhares de litros de água quente, e centenas de euros por ano.
Banir os banhos de imersão e tomar duches rápidos não é a única forma de poupar água na casa de banho. Podes ser um Eco guerreiro sempre que usares o lavatório ou a sanita… Quando escovas os dentes durante dois minutos usas cerca de 10 litros de água de cada vez (são 20 litros diários se escovares os dentes duas vezes por dia – e é o que fazes, não é?!). Se fechares a torneira enquanto escovas os dentes, pouparás muita água. Se costumas ter a torneira aberta enquanto lavas a cara ou as mãos, enche o lavatório e poupa mais 12 litros de água.
FECHA A TORNEIRA!
 
CURIOSIDADES!
Cada pessoa no Reino Unido gasta uma média de 142 litros de água potável por dia. Um quarto disto, a maior percentagem, é gasta em duches."
“Abaixo os banhos“, in 50 ideias para te livrares do plástico / Isabel Thomas