Título: Entrevista a Einstein
Autor: Jean Claude-Carrière
Edição: 1ª
Páginas: ...
Editor: Quetzal
ISBN: 978-972-564-686.6
CDU: 821.133.1-83"20"
Sinopse:
« (…)
Durante muito tempo, pensámos em linhas rectas, pelo menos esforçámo-nos por
isso, em termos de rectidão e de clareza, com a ajuda daquilo a que chamávamos
a lógica, a razão, ou ainda a geometria; no nosso pensamento rectilíneo,
esforçávamo-nos por ir de um ponto ao outro, o mais rapidamente, o mais
simplesmente possível, o nosso pensamento evoluía em triângulos, quadrados,
rectângulos e subitamente fomos invadidos pela curva! Pela sinuosidade!
(…)
O
pensamento é lento e frágil. Não é soberano. Não é a coisa mais bem partilhada
do mundo, longe disso. Para uma massa de espíritos receosos, saber é
enganar-se, saber é perder-se. Subsiste em todos nós algo de mágico e de
feérico. Precisamos de feiticeiros, que nos toquem a flauta imperecível e que
se encham à nossa custa. Preferimos a crença ao conhecimento, as patranhas às
certezas. É assim. (…)
É fácil de compreender. Veja: o universo é
irresistível. Constitui uma autêntica sedução. É belo, se esta palavra ainda
tem sentido nestes espaços incomensuráveis. Ele encerra em si toda a beleza.
Cruelmente, sempre que o olhamos, reduz-nos sem cessar à nossa insignificância.
Esmaga-nos. E, no entanto, ao acolher-nos, amplia-nos, abre-nos os olhos e,
mais ainda, o nosso espírito, aceita-nos. Os Antigos diziam: revela-se-nos,
mostra-se. Ao contrário de Deus, que põe tanto cuidado em se esconder, ele é um
imenso exibicionista.(…)
Esta
necessidade de um objectivo, de um desígnio, primeiro passo para a finalidade
geral do mundo, aplicámo-la, ao que parece, ao universo, como se tudo tivesse
de funcionar num sentido comparável ao nosso. Como se as galáxias e os
electrões se deslocassem sobre a nossa atitude e desposassem todos os nossos
movimentos interiores. Como se o sentido dominasse a realidade. Como se, nos
infinitamente grande e pequeno, tudo obedecesse à vontade de alguém, à maquete
de um arquitecto habilmente dissimulado. Como se as estrelas estivessem ali
penduradas para responder às nossas velhas perguntas. (…)
Quando um
pensamento percorre incessantemente o universo, quando se aventura e se perde
em distâncias incomensuráveis, na infinidade dos possíveis, e se volta por um
momento a fim de fixar nas minúsculas querelas da Terra, reivindicações de
fronteiras, possessões, insultos e ameaças (…) um nacionalismo estreito,
mesquinho, que nos deixa paralisados, o que dizer?
Como
reagir, no regresso das estrelas?»
(É um
pequeno grande livro sobre uma figura enorme, justamente Einstein. Um livro que
nos dá a hipotética entrevista de um homem que repensou o universo. Por ele
caminhamos pela sabedoria de um homem que redesenhou os conceitos do espaço e
do tempo, da matéria e da energia. Uma fonte de informação e de prazer sobre a
diversidade de uma das mais importantes figuras do século passado. Um livro a
descobrir.)
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